O autódromo de Tarumã, situado na cidade de Viamão, no Rio Grande do Sul, receberá uma etapa da Fórmula Truck no dia 4 de setembro. A última vez que a mais popular categoria do automobilismo da América do Sul esteve na cidade foi em 2013 e a confirmação da veloz e exigente pista gaúcha aconteceu nesta semana. A data foi trocada com Guaporé, que passou a ser a penúltima corrida desta temporada, no dia 6 de novembro, em data que estava indefinida.

Assim, está completo o calendário, que teve de ser modificado algumas vezes devido às reformas no desativado Autódromo de Brasília.

Fórmula Truck tem mais de 40 mil fãs em Goiânia

A quarta etapa do Campeonato Brasileiro da Fórmula Truck, disputada no Autódromo Ayrton Senna, na capital do Estado de Goiás, teve 40.095 torcedores. Com mais esse bom número de fãs, a mais popular categoria do automobilismo da América do Sul se aproximou de 153 mil presentes nas quatro etapas da temporada, o que atinge a importante média de 38.144 pessoas por prova.

A próxima etapa, a quinta desta 21ª temporada da Fórmula Truck, acontece dia 3 de julho no Autódromo Ayrton Senna, em Londrina, cidade do Norte paranaense.

Fórmula Truck recicla e colabora com o meio-ambiente

A preocupação em preservar o meio ambiente deve ser uma constante na vida das pessoas e das empresas. No automobilismo, a Fórmula Truck serve de exemplo para todo o Brasil com o trabalho de reciclagem de vários materiais utilizados durante as dez etapas da temporada e na sede da mais popular categoria do automobilismo da América do Sul. Em Santos, cidade do Litoral paulista, cerca de 300 litros de óleo dos mais variados tipos (motor, câmbio, direção hidráulica e outros) são direcionados mensalmente para companhias especializadas.

Na última etapa da Truck, disputada em Goiânia, a Coocamar (Cooperativa de Catadores de Material Reciclável) e a Accert Transporte Logística de Resíduos, sob a coordenação do ativista ambiental Nilton Marques (www.conhecer.org.br), recolheram 200 quilos de alumínio, 150 Kg de plásticos e 10 quilos embalagens de tetra pak. O mesmo trabalho acontecerá em Londrina, no próximo dia 3 de julho.

“Temos de preservar o meio-ambiente, pois vivemos neste mundo e queremos deixar para nossos filhos e netos um planeta com boas condições e onde as pessoas possam viver em harmonia com a natureza. Nossas águas, mares, rios e lagos, e nossas florestas precisam ser preservadas para as próximas gerações“, diz Neusa Navarro, presidente da categoria.

Nas corridas realizadas pelo Brasil a Fórmula Truck contrata empresas para recolher o material reciclável descartado nos camarotes, nos bares e na cozinha. Todo o pessoal é orientado a auxiliar na separação do lixo orgânico e do reciclável em sacos plásticos especiais. Depois, essas embalagens são direcionadas para um local específico dentro dos próprios autódromos, e o conteúdo separado pelo pessoal das empresas ou ONGs. Essa atitude movimenta a economia, pois gera dinheiro para famílias de baixa renda que vivem de reciclagem.

“Na nossa sede, em Santos, e em todas as corridas temos lixeiras especiais para cada tipo de lixo e fazemos a separação de tudo o que pode ser reciclado e realizamos bom aproveitamento de todo o material, especialmente de papel, embalagens tetra pak e plásticos. Imaginem se jogássemos no ralo centenas de litros de óleo que utilizamos nos caminhões de corrida e nas carretas que transportam toda a nossa estrutura pelo Brasil. Com certeza poluiríamos muito o mar e os rios ao nosso redor“, analisa Neusa.

Essa questão tem um responsável direto. Altair Félix cuida, especialmente, da reciclagem de óleos e de materiais ferrosos reaproveitados dos caminhões da Fórmula Truck. A empresa Lubrasil, especializada em reciclar esses líquidos, mantém na sede da Truck um reservatório de 500 litros que é esvaziado a cada 30 dias. São cerca de 300 litros dos mais variados tipos de óleos (motor, transmissão e de componentes hidráulicos) reciclados todos os meses.

“Também reciclamos tudo o que se estraga nas corridas, pois muitos desses objetos metálicos que trazemos das provas não podem ser reutilizados. Aproveitamos o alumínio dos pistões e de outros pontos, enviamos para as empresas partes da estrutura dos caminhões de corrida, ferros e até mesmo os blocos dos motores, claro, quando não podem mais ser aproveitados nas pistas. A fibra de vidro, usada nas carenagens, quando se quebra em acidentes, é encaminhada para uma empresa usar em fornos industriais“, explica Altair, irmão de Aurélio Batista Félix, criador da Fórmula Truck, falecido em 2008.

Outro importante material utilizado por toda a categoria que todas equipes da Fórmula Truck reciclam – de forma individual – é o pneu. Além de evitar ser jogado em aterros sanitários e se transformar em criadouro de mosquitos, principalmente o Aedes Aegypt, causador de graves doenças como dengue, chicungunha e zika, todas potencialmente mortais, a categoria colabora com a preservação da terra. Quem explica como funciona é Aurélio Júnior, diretor Operacional da Fórmula Truck.

“Separamos os pneus usados em três tipos. Um que pode ser recapeado mais facilmente, outro que é direcionado para virar sucata e se transformar em materiais de borracha e o terceiro, que se apresenta bastante desgastado. Esses geralmente são os do meu show, pois minhas apresentações consomem muito os pneus. Em média, cada caminhão de corrida utiliza cerca de 70 pneus por temporada. Como temos sete em atividade nas nossas equipes em Santos, são 700 pneus por ano encaminhados à empresa Sorocap, que tem sede em Sorocaba, interior de São Paulo“, diz Juninho, como é conhecido, pelo Show dos Caminhões, feito ao lado da irmã, Dani, em todas as dez etapas da Fórmula Truck, que terá sua próxima corrida no dia 3 de julho em Londrina, Norte do Paraná.

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Texto: Milton Alves
Imagem: Luciana Flores